Parece história de filme, mas durante o processo de execução do
Conjunto Habitacional do Pilar no bairro do Recife, arqueólogos da
Fundação Seridó, contratados pela prefeitura da cidade,
encontraram algumas sepulturas poucos metros abaixo do solo. No
início o entusiasmo foi grande, afinal era um achado histórico
importante, porém, mal sabiam eles que estavam sobre um possível
cemitério do século XVI ou XVII.
A suspeita de que haja um cemitério é real devido à quantidade de
ossadas encontradas, já são 14 esqueletos. “Pela postura dos
esqueletos, eles foram enterrados em covas muito estreitas ou
envoltos num manto, com o corpo comprimido. Como não há sinais de
caixão, podem ter sido deixados diretamente no chão.” A
utilização de mortalhas remete a um sepultamento judaico, diz o
professor da UFPE, Sergio Monteiro.
“São esqueletos de pessoas jovens, a área dos enterros fica
próxima de um local de grande concentração demográfica de judeus
no século 17 e há a proximidade com Olinda, moradia de judeus e
onde existiu uma fortaleza que abrigava soldados de origem judaica,
nos Milagres.” Comenta Tânia Kaufman, antropóloga da UFPE e
presidente do Arquivo Histórico Judaico.
E você, o que faria de fosse o engenheiro dessa obra? Talvez pareça
meio assustador, mas o fato é que descobrindo o nosso passado,
poderemos saber melhor quem somos.
Ps.: Tive a oportunidade de visitar a obra em janeiro, por intermédio da minha prima que é uma das arqueólogas da Fundação Seridó e foi uma experiência no mínimo interessante. Há uma entrevista dos arqueólogos feita pela SBT de Recife, caso queiram assistir, clique aqui.
Fonte: Jornal do Comércio
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