Mês passado o estádio do time mais vitorioso do país comemorou 50 anos e eu como um bom são paulino não poderia deixar passar essa oportunidade, já que o Morumbi é hoje o quarto maior estádio do país com capacidade para 67.428 mil espectadores, ficando atrás do Maracanã, Mineirão e Castelão. Porém é o maior estádio particular do Brasil.
O sonho tricolor de construir um grande estádio começou a se tornar realidade no começo da década de 50. A idéia inicial era a área onde hoje fica o Parque do Ibirapuera, mas o então vereador Jânio Quadros impediu que o clube recebesse a área da prefeitura. O local escolhido foi uma área na região do bairro do Morumbi, praticamente desabitada, que estava em processo de loteamento. Em Dezembro de 1951 a área foi adquirida pelo São Paulo Futebol Clube.
Em 15 de Agosto de 1952 foi lançada a campanha Pró-Construção do Morumbi e as obras começaram no ano seguinte, 1953. O estádio recebeu o nome do presidente na época, Cícero Pompeu de Toledo, que em 1952 procurou o diretor do Bradesco, Laudo Natel, para assumir a presidência do clube administrativamente. Durante a construção do estádio Cícero Pompeu de Toledo faleceu, mas Laudo deu continuidade às obras.
Há pouco mais de 50 anos, em 2 de Outubro de 1960, o São Paulo Futebol Clube inaugurava o estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi. O jogo inaugural foi contra o Sporting, de Portugal, e o tricolor venceu por 1x0. Dez anos depois o estádio teve outra inauguração, ao concluir as obras do anel superior, ficando em definitivo com seu aspecto atual. O jogo foi contra o FC Porto, também de Portugal, no dia 25 de Janeiro, feriado municipal, comemorativo a fundação da cidade de São Paulo.
O projeto do estádio do Morumbi foi criado pelo arquiteto João Batista Vilanova Artigas. Veja alguns números do estádio:
- Para o desenvolvimento do projeto foram utilizadas 370 pranchas de papel vegetal;
- Cinco meses foram consumidos nas terraplanagens e escavações, movimentando 340 mil metros cúbicos de terra;
- Um córrego foi canalizado;
- 280 mil sacos de cimento;
- 50 mil toneladas de ferro
E para quem acha que o Morumbi é um elefante branco ou uma cruz que o São Paulo carrega, os números mostram que além de aumentar a renda do clube e ser altamente sustentável, o estádio aumentou consideravelmente o número de taça do time, veja.
A partir da posse, em 2002, o finado presidente do São Paulo, Marcelo Portugal Gouvêa colocou como uma das suas metas fazer do estádio um centro gerador de receitas. Em 2008, ano em que o Morumbi abrigou vários jogos do Corinthians pela Copa do Brasil, o estádio teve uma receita total de 19,2 milhões e uma despesa de 8,1 milhões, com um superávit de 11,1 milhões. Em 2009, mesmo o Corinthians e os outros times da capital não mandando jogos no estádio o lucro dobrou, isso não só com os jogos do São Paulo e os Shows, mas também a expansão dos camarotes, acompanhada pela maior receita oriunda de outras atividades realizadas na área física do estádio. O estádio já conta com restaurante, livraria e uma mega loja da Reebok e pretende inaugurar no futuro breve uma academia e um cinema.
O grande impulso para o estádio ainda está por vir. A chegada do Metrô. Outro ponto de virada poderá ser a cobertura do estádio, desejo do atual presidente Juvenal Juvêncio, que pretende fazê-la mesmo sem ser um dos estádios sede da Copa de 2014.
